quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Invista nos nerds, sra. presidente

Li hoje (31) na revista Super Interessante um artigo muito legal na coluna ESCUTA, escrito por Sérgio Gwercman, diretor de redação da revista. O texto fala sobre o costume dos brasileiros optarem por profissões que partem das ciências humanas ao invés daquelas que partem das exatas.

"Um novo presidente provavelmente estará eleito quando você ler este texto. Daqui da metade de outubro não dá para saber se vai ser o Serra ou a Dilma. Confio que a escolha que você fizer será a melhor. Mas, para qualquer que seja o eleito, eu tenho o mesmo pedido: invista nos cérebros, presidente. Faça do desenvolvimento de um exército brasileiro de nerds prioridade. Aquele pessoal que gosta de números, os crânios e CDFs – é deles que estou falando. Porque, se o Brasil realmente quer mudar de patamar e entrar para o clube dos países ricos, precisamos de mais cabeças para nos ajudar a recolher o ouro que está do outro lado desse arco-íris.

Estatísticos, engenheiros, programadores de software, há vagas para todos. O enrosto é tanto que o país está às portas de um apagão de engenheiros. Mas a cada ano forma mais músicos do que mecatrônicos, mais psicólogos do que engenheiros elétricos. É claro que um presidente não escolhe a carreira dos jovens. Há uma questão cultural a resolver: mais brasileiros gostam das ciências humanas do que das exatas. Mas é exatamente para resolver questões culturais que serve o líder de um país.

E por que isso é tão importante? Porque não é só o Brasil que está mudando – é o mundo inteiro. E nesse novo mundo vai se dar bem quem tiver mais capacidade de inovar, executar a inovação, depois inovar de novo e executar mais e mais. Porque a verdade é esta: daqui em diante, até para ser escroque (vigarista, trapaceiro) o sujeito terá que ser um pouco nerd."